Cachtánca é uma cadelinha vira-lata muito alegre. Ruiva, parecida com uma raposa, vive faminta e malcuidada, mas está sempre no encalço do dono, o rude marceneiro Lucá. Um dia, porém, ela se perde e tem de vagar pelas ruas cheias de neve até ser recolhida por um homem de trato gentil, que lhe dá comida e abrigo. O confortável novo lar será dividido com outros residentes: um gato, um ganso e uma porca, todos amestrados. Cachtánca se adapta bem à rotina ao lado desses companheiros, aprende alguns truques e até vira “artista”. Mas tem momentos de tristeza: será que nunca mais encontrará Lucá e o filho dele, o menino Fediúchca? A história de encontros e desencontros de Cachtánca foi publicada pela primeira vez no Natal de 1887. Hoje é um clássico da literatura universal. Com sua genialidade narrativa, o autor Anton Tchékhov, escritor russo considerado um dos maiores contistas de todos os tempos, desenvolve toda a trama a partir do ponto de vista do animal. Por meio das lembranças e impressões caninas, o leitor aos poucos se envolve emocionalmente com o enredo, compartilhando a inocência e a pureza dos sentimentos da cachorrinha russa. O conto de Tchékhov ganha edição pelo selo Globinho, com ilustrações da artista argentina Rebeca Luciani e com tradução de Tatiana Belinky, autora infantil que já traduziu mais de 80 obras do russo (seu idioma original), e também do alemão, inglês e francês para o público brasileiro. Admiradora de Tchékhov, Tatiana Belinky tem carinho especial por Cachtánca. “Essa história me emocionou quando menina, uma emoção que quero transmitir aos leitores brasileiros – crianças, adolescentes e adultos jovens de coração”, revela a autora. Um clássico a ser revisitado sempre.