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Lord Lyllian - missas negras
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SOBRE O LIVRO
Lord Lyllian: missas negras é um romance polêmico, repleto de excessos e deboches e permeado pelo esteticismo decadentista. O texto apresenta diversos personagens que narram, entre uma farra e outra, histórias encaixadas em diálogos cativantes, com sagacidade e ironia, conferindo dinâmica à narrativa. Os diversos episódios compõem 23 capítulos, narrados de maneira não cronológica, e fazem alusões aos escândalos vividos por Oscar Wilde (espelhado no personagem Harold Skilde, neste romance de chaves) e pelo próprio Fersen, além das referências ao polêmico imperador romano Heliogábalo (203-222). Na obra, os personagens podem ser facilmente identificados com pessoas reais que transitam entre o próprio meio aristocrático de origem, ocioso e artificial, e os bas-fonds do crime e da prostituição. O conjunto é representado por meio de tiradas irônicas, jogos de linguagem, em codificações de palavras e de gênero. O cenário é composto por locais como Paris, Veneza, Londres, Escócia e Malta, descrito com a potência visual de cenas cinematográficas. É nesse extenso espaço geográfico que o enredo se desenvolve, e no qual o autor, a partir das experiências do lorde Renold Lyllian, mergulha em uma série de temas polêmicos do universo LGBTI+, abordando sobretudo a questão moral e legal.
Publicada em 1905, Lord Lyllian é a obra mais conhecida do romancista e poeta gay francês Jacques d’ Adelswärd-Fersen (1880-1923). O livro é a primeira tradução do romance para o português, feita por Régis Mikail. A edição conta com uma apresentação assinada pelo tradutor, posfácio de Jean de Palacio, professor emérito da universidade Paris-Sorbonne e especialista em literatura decadentista, além das ilustrações do inconfundível artista inglês Aubrey Beardsley (1872-1898), as quais evocam um erotismo que dialoga com o universo da obra. Lord Lyllian é o segundo romance de Fersen publicado pela Ercolano (o primeiro foi O Beijo de Narciso, em outubro de 2023).
Lord Lyllian possui uma narrativa mais próxima da autoficção que da autobiografia, o leitor reconhecerá as experiências do próprio autor. Ao percorrer as páginas, o leitor é convidado a olhar através da fechadura, a se deliciar com as ironias dirigidas aos hipócritas que Fersen considera como palafréns de uma moral burguesa que acusa terceiros dos crimes que ela própria comete. A leitura oscila entre o terror e o maravilhamento, entre o asco e a sedução diante desta obra prima do decadentismo, tão problemática quanto obscura.
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SINOPSE
Na trama de Lord Lyllian: missas negras, o abusador e o abusado desempenham um papel central. O lorde escocês Renold Lyllian, jovem dotado de um charme estranho e perturbador, capaz de cativar homens e mulheres é o protagonista do romance. Precocemente órfão, sem parentes ou amigos, seus pais bem como seus antepassados o assombram como fantasmas. No ambiente melancólico e tedioso do castelo familiar, o garoto de quinze anos conhecerá o genial e polêmico escritor Harold Skilde. Após o encontro marcante, Skilde se torna uma espécie de amigo, preceptor, companheiro de viagem e, futuramente, amante para o garoto, através de uma relação abusiva. Juntos, ambos se entregam a prazeres estéticos e embarcam numa viagem para a Grécia, sedentos de arte e de vida, de fantasia e de realidade. A extravagância e a genialidade de Skilde, que, de sua glória decai até as ruínas, marcam a vida sexual de Lyllian, tão variada quanto fluida, uma vez que o jovem se interessa por pessoas do sexo masculino e feminino. Trata-se de um romance que evoca intimamente as experiências e polêmicas da vida do próprio Fersen; uma imersão nas polêmicas do universo LGBTI+. A partir disso, Lord Lyllian apresenta uma reflexão sobre a disseminação de inverdades, fofocas e (pré-)julgamentos, permitindo que o leitor trace paralelos com os tempos da pós-verdade da atualidade.
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SOBRE O AUTOR
Jacques d’Adelswärd-Fersen (Paris, 1880 – Capri, 1923) nasceu em uma família cujas origens remetem à aristocracia e à burguesia. Sua obra poética e ficcional reflete a tensão de seus desejos homossexuais, criminalizados na época em que escrevia. Fersen também fundou a primeira revista homossexual francesa, a Akademos. Tanto sua vida quanto seus escritos são permeados pelo espírito decadente fin de siècle e pelo movimento esteticista. Na vida real, Fersen foi processado por atentado à moral e aos bons costumes. Após o escândalo, suas condições financeiras possibilitaram seu exílio em Capri, onde construiu a mítica Villa Lysis (que existe até hoje), uma espécie de concretização da sonhada “tebaida refinada” que o personagem Des Esseintes, do romance Às avessas, de J.-K. Huysmans, anunciara. Aos vinte e quatro anos, Fersen conheceu o belo jovem romano Nino Cesarini e propôs à família humilde do garoto que este partisse com ele para Capri e se tornasse seu secretário. Segundo os relatos da época, aliás, havia rixas entre homens e mulheres que disputavam entre si o amor de Nino. Em virtude de seus traumas, completamente entregue ao ópio e incapaz de encarar a velhice, Fersen se suicida aos 42 anos, misturando numa taça uma dose de cocaína com champagne.
Páginas | 296 |
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Data de publicação | 28/05/2024 |
Formato | 21 x 14 x 3 |
Largura | 14 |
Comprimento | 21 |
Acabamento | Capa Dura |
Lombada | 3 |
Altura | 3 |
Tipo | pbook |
Número da edição | 1 |
Classificações BISAC | FIC027000; FIC068000; FIC101000 |
Classificações THEMA | FR |
Idioma | por |
Peso | 0.4 |