Neste segundo volume de um tríptico iniciado com Inferno (2020), em que Pedro Eiras revisita e metamorfoseia a obra-prima de Dante Alighieri, a sua poesia ganha a forma de uma voz que há muito se anunciava na obra do autor. Na caminhada pelos sucessivos circulos rumo à visão pungente de Purgatório, Eiras promove um exercício não só de expiação da literatura, como das fraturas latentes da sociedade convulsa em que vivemos, não ao tempo de Virgílio, e sim da sociedade contemporânea.