Com a difusão das tecnologias de cidades inteligentes e a intensificação dos desastres das mudanças climáticas, os centros inteligentes de operações (CIOs) vêm ganhando destaque como soluções mais eficientes a estes e outros problemas contemporâneos, mas podem desencadear efeitos colaterais como apropriação indevida do formidável poder que concentram, tolhendo liberdades pela vigilância inoportuna e excessiva, pelo uso indevido de dados sensíveis ou perpetuando regimes de desigualdade social. Este livro propõe um modelo de maturidade organizacional para CIOs, ao contrário, edificarem círculos virtuosos sob desenvolvimento progressivo de competências transdisciplinares promotoras da participação deliberativa democrática, conduzindo à implantação de serviços que harmonizem as perspectivas do desenvolvimento sustentável não só econômico, mas, também, social, ambiental, cultural e institucional. O referencial analítico preconizado pela obra, derivado de pesquisa baseada em cinquenta anos de história dos CIOs nas maiores metrópoles brasileiras, portanto, sugere uma mudança do paradigma reativo imediato nesses centros para o preventivo, ensejando transições de regime sociotécnico voltadas ao longo termo. Isso interessará, a princípio, a formuladores de políticas públicas, agentes da gestão e administração urbana, pesquisadores e provedores de soluções em TICs inteligentes para CIOs, mas, igualmente, ao cidadão consciente da importância de sua cocriação em arranjos de inovação tecnológica para a materialização da justiça social e da sustentabilidade no combate à crise climática.