Embora, como apontam estudos históricos, ocorrências cotidianas da violência, em suas múltiplas formas, não configurem fenômeno recente, foi com o advento da chamada transição do regime autoritário para a democracia que tais ocorrências ganharam status de questão pública, mobilizando a sociedade civil organizada e suscitando respostas dos governos federal, estaduais e municipais sob a forma de políticas públicas de segurança e justiça. Este volume contém contribuições de pesquisadores que participaram de uma rede enfeixada no Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia Violência, Democracia e Segurança Cidadã. Está organizado sob três eixos: estudos sobre homicídios, estudos sobre organização das polícias e estudos que abordam temas sobre justiça criminal e inclusive produção de conhecimento no campo da sociologia da violência. A despeito dos diferentes recortes temáticos e das distintas perspectivas teórico-metodológicas, todos os capítulos comportam objetivos comuns: compreender as mutações institucionais ao longo das três últimas décadas no campo da segurança pública e justiça criminal, identificar permanências e avaliar avanços. Buscaram responder a algumas indagações: quais as possibilidades de redução dos crimes e especialmente dos homicídios? Qual o modelo de polícia e justiça criminal adequados ao funcionamento do estado democrático de direito? Que desafios enfrentar em termos de treinamento, educação, formação profissional e organização das instituições encarregadas de promover o controle da ordem pública e oferecer segurança aos cidadãos e cidadãs desta sociedade?